Re (a)Gressão

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De lábios pintados vagueando por uma remota Aldeia, te imagino de cabelos soltos focando cada presença relevante a teu olhos clínicos e sonolentos. De certo que não esperarias encontrar tal ser descabido nos teus sonhos esfumaçados de um cigarro maldoso que, de encontro a mim, re-descubro um prazer comum. Numa pedra seguramente grande te sentas, espalhando um manto vestido teu, com rosas a adornar, dizes tu numa inocência relevante, esquecendo que na essência verdadeira da pedra te encontras tu, adornando-a de encanto e juventude (até que perdida para um llama). De uma forma sublime e inconsciente, a pedra ganha vida e rejubilada por ti, transcende-se ao passado mais que perfeito onde pedra não existia, mas sim eu, esperando algo mais do mundo que a olhos meus, se assemelhava a um esquema de cores esbatidas sem encanto. Foi então que a pedra tremeu e tu, sem medos e covardias, acordaste e apagaste o cigarro. Admirada com o facto, associaste a gigante pedra a um antepassado conterranêo que por momentos te fez pensar... de um momento não passou pois depressa te distrais aquando um maldito cão passa e te rouba a atenção. Indignada e já esquecida, esfregas o rosto otróra nitidamente tranquilo como que se nada pudesse acontecer. Indignada e já esquecida te culpabilizas de um gesto comum ao meu que te tomará, um dia, de volta todo o prazer que ele te dá de uma forma doleroza. Rendida à tua essencia tranquila te retiras, deixando para trás um olhar fulminante e cromático (dejavu...) que trará um impulso em mim, calhau.

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